Refazer
Alguns chamam de perfeccionismo, outros de chatice.
Mas a verdade é: gosto de coisa bem feita, em geral, detesto ter que refazer.
Refazer é complicado. Fazer alguma cosia novamente, significa geralmente que não deu para resolver de primeira, foi malfeito, feito com muita pressa, subestimado. E lá vai, no mínimo; tempo e recurso.
Prefiro gastar energia, tempo, dinheiro em fazer uma vez, e bem feito.
Sem má vontade, pressa demais ou economia porca.
Mas é claro que a gente refaz; faz parte da vida, do crescimento, do amadurecimento.
Refazer geralmente oferece a oportunidade de superar, de fazer melhor.
O ruim é fazer pensando na oportunidade de refazer.
A vida oferece lá suas chances, um pouco de sorte, uma coincidência.
Prefiro não arriscar.
Existem partes essenciais para qualquer realização.
De um bolo em casa a um projeto profissional, se alguma coisa for mal feita, pode comprometer geral.
Desfazer
Um Paradoxo.
Ao mesmo tempo em que detesto refazer, acho pior deixar mal feito.
Poder desfazer em determinadas circunstâncias é um alívio.
Detestou o cabelo? Entra no chuveiro.
Não gostou do texto? Undo.
Adoro aquela tecla do computador!
Tem muitas coisas que não podemos desfazer: comida salgada, envio de email errado, cicatriz, maldade, injustiça.
Mas muitas podemos!
Lembro quando era pequena e fiz um cachecol de crochê, que mais ficou parecendo uma minhoca, muito ruim. Minha vó (que estava me ensinando) me olhou bem e não teve dúvida, puxou a lã até desfazer tudo. Primeiro fiquei chocada, e depois aliviada, pois tinha ficado péssimo mesmo e a lã poderia ser usada de novo!
Fizemos um novo, lindo.
Mas toda mágica tem limite, não dá para desfazer nada eternamente – desgasta, enfraquece…
E claro, todo desfazer, implica em refazer…