Coisa de menino.
Coisa de avô
Coisa de homem.
Todo homem é menino.
Aquela antiga espingarda.
Muito já fora usada.
Para brincar.
Simplesmente mirar e atirar.
Os alvos eram diversos
A grande maioria, nada vivo.
Mas estava guardada, aposentada.
Nova vida ganhou quando o menino descobriu.
Me empresta vô?
Limpou, lustrou, calibrou.
Ficou nova.
Brilhante como era, o avô lembrou…muitas coisas.
Juntos compraram chumbinho.
Na ida à loja uma aventura à parte.
Loja de armas, avô e neto, em plena cidade.
A antiga espingarda acordou o menino.
Que outrora dormia no avô.
Agora com o neto, dois meninos.
Espingarda de chumbinho é coisa de menino.
Miras, alvos…
O prazer de atirar, poder, liberdade.
Disse a mãe:
– Nada de machucar!
Coisa de meninos.
Vai entender…
Gostar de atirar.