Releitura

Momento
2 de janeiro de 2015
Registro
4 de janeiro de 2015

Releitura


Fazer de novo, algo que é uma referência, geralmente ligado ao mundo das artes, mas não necessariamente.
A primeira vez que ouvi este termo foi ainda na faculdade, quando um professor pediu para criarmos um texto que explicasse como o filme Blade Runner poderia ser uma releitura do pós-moderno.
Viajei! O texto foi produzido na Olivetti emprestada do meu avô. Acho que foi a primeira vez que recebi uma crítica de um texto, o professor gostou muito, me deu 10 e chegou a sugerir que eu estava no curso errado. Vai saber…
Pessoalmente, acho que o maior desafio da releitura é criar interesse, ser criativo, inventivo, mas na dose certa. Não dá para perder a essência da obra original ou tema, mas se não provocar, instigar, não é releitura.
Dias atrás fomos ao cinema assistir Êxodo – programa de família, na cidade vazia, férias. Sem grandes expectativas para o programa, algo leve. Achei bem feito.
Menos extravagante que a recente releitura de Noé, que contou com a ajuda de extraterrestres e muitos efeitos especiais. Cabe aqui uma ressalva: a história de Noé é bem mais complicada de imaginar e mais ainda de materializar (arca, bichos etc.). Deram uma solução divertida de um composto que botava todos os bichos para dormir, e a ajudinha dos seres do além.
Na saga da libertação do povo judeu do Egito, logo de cara, apareceu a expressão e.c., que eu e meu filhos aprendemos juntos recentemente na escola (obrigada Professora Najla) que significa Era Comum, um termo judeu para definir o tempo na historia (para eles não há a.C. ou d.C.), e segundo a professora mais e mais comum em museus e exposições.
Mas voltando ao filme, em Êxodo criou-se um Moisés, mais guerreiro, mais jovem, um homem inteligente com visão estratégica, comercial e de guerra. Sem aquele apego do velho sábio, mas teimoso, quase caducando. Um Moisés mais humano que abriu mão da própria felicidade em nome de uma missão maior. Um homem de coragem, mas com dúvidas, medos, fraquezas. E também as pragas do Egito, muito apoiadas na vontade divina sobre a natureza, mas com efeitos derivados de desequilíbrios em cascata.
Algo bem perto do que estamos fazendo com o planeta, mas de uma maneira mais concentrada e dramática, com data de início e fim, definidas pelo poder divino, e não pela repetida e repetida ação do homem.
Enfim, um bom programa para a família, instrutivo, criativo, carismático na medida.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *